Coaching para quem?
- 11 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de out. de 2020
Imagine se viver fosse igual a jogar um videogame.
Em que fase você estaria? Quantos pontos teria acumulado? Quantas habilidades você já teria desenvolvido?

Aposto que as respostas dos “gamers” seriam as melhores; desfilariam autoconfiança e elevada autoestima. Também arrisco dizer que mesmo os que jogam ocasionalmente teriam relatos bastante otimistas.
E por que será?
Deixando de lado o atrativo irresistível de ter várias vidas, o videogame ou mesmo o jogo online mexe com desejos básicos do ser humano por competição, superação de desafios, a possibilidade de evolução rápida, a busca por recompensas tangíveis. Além disso, estes jogos eletrônicos usam de tarefas adaptativas, aquelas de grau de dificuldade que se ajustam ao desempenho da pessoa. Assim ficamos sempre instigados a avançar.
Não se enganem. A programação dos jogos leva todos estes aspectos psicológicos em conta para manter a motivação do jogador em alta.
Por isso, o uso de “gamification*” é cada vez mais popular no ambiente corporativo, porque adquirir um conhecimento, desenvolver uma habilidade em um ambiente de jogo é muito mais prazeroso.
E, se conseguíssemos reproduzir esta dinâmica dos videogames/jogos online na vida real,
- criando um ambiente de competição
- calibrando desafios ao nível que incentive o desejo por superação
- proporcionando oportunidades de feedbacks instantâneos
- gerando recompensas tangíveis
Com que velocidade aprenderíamos a tocar um instrumento musical? Em que nível estaria nossa performance na prática esportiva preferida? Quanto tempo levaríamos para desenvolver uma habilidade como a de falar em público?
Todos os exemplos testam nossa capacidade de aprender.
Na economia do conhecimento, esta competência é a verdadeira fonte de vantagem competitiva, ou se preferir, um “hedge” contra o avanço da Inteligência Artificial, que ameaça tornar aquelas atividades repetitivas ou que seguem um protocolo pré-definido exclusividade das máquinas.
Para quem ainda não ouviu falar, o Watson, plataforma tecnológica da IBM, orienta diagnósticos médicos com eficiência maior que a de diagnósticos humanos. E ainda estamos por ver o grande impacto que a Inteligência Artificial terá no mundo do trabalho.
Talvez um exemplo pessoal possa ilustrar como se cria um ambiente pró-aprendizado ou de incentivo ao crescimento pessoal, usando os elementos dos jogos eletrônicos.
Numa manhã de sol saí pra correr na praia. Prefiro ir pela areia devido à proximidade do mar. Depois de poucos minutos de corrida, fui ultrapassado por alguém que corria na parte dura da areia, junto à água. Pensei por um instante em entrar em “modo competição”, mas voltei a me concentrar em encontrar o meu ritmo de corrida.
Já tendo percorrido metade do que costumo correr, reparo aquela pessoa fazendo o percurso de volta. Senti que aquele seria um bom desafio. Apertei o ritmo para conseguir ultrapassar aquele corredor. Mas, o fiz de forma cadenciada. Não podia exagerar na dose, pois meu preparo físico não era o mesmo do “meu oponente”.
A cada vez que olhava pra frente, percebia que estava mais perto. Aquilo me incentivava a continuar correndo, apesar do cansaço se intensificar. Também percebi que nada estava me distraindo, nem mesmo os gritos de “alô mate”, com a sede começando a incomodar.
Sem me dar conta, ultrapassei o corredor que me deixou pra trás no início da corrida. Mas, quem estava tentando ultrapassar quando entrei no “modo competição” era na verdade outra pessoa.
A minha meta inicial estava batida! Aquilo me deu mais incentivo para buscar então a superação. Passei o segundo corredor e me dei de prêmio um “senhor” mergulho no mar.
Tudo bem que não era a primeira vez que corria. Então não estava aprendendo algo do zero, mas a situação de um jogo com competição, desafio à superação, feedbacks instantâneos (a distância que estava do oponente) e uma recompensa concreta me fizeram ir além, mais longe do que imaginava.
É isso que o coaching de desenvolvimento faz na vida real, com a diferença que a competição pode ser com você mesmo.
Coaching de liderança serve pra quem então? Apenas para high potentials ou executivos?
Se você tem um objetivo e quer chegar lá mais rápido, não espere a empresa ou os outros decidirem por você. Seja protagonista de sua carreira!
Conhecer. Ser. Crescer. Conhecer-se para crescer. É tempo de crescer!
Eduardo Martins | Crescimento & Carreira





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