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Você sabe reconhecer o que é bom?

Atualizado: 6 de jun. de 2022



Imagine que perguntas de cunho pessoal como “qual é o seu propósito”, “o que dá sentido à sua vida”, “qual é a sua missão” fossem entendidas como 2 + 2 são 4.


Qual seria a sua disposição para respondê-las? Ou melhor, como você estaria vivendo a sua vida hoje?


Pois então, um americano de descendência alemã, Robert Hartman, se propôs a resolver esse problema e acabou por avançar a Ciência dos Valores ou Axiologia, iniciada há mais de 2 milênios pelos filósofos gregos.


Tendo como propósito chegar a definição de “o que é bom” em matéria de pessoa humana e assim contribuir para a melhor compreensão das pessoas sobre seu próprio valor, Hartman acreditava que em última instância estaria contribuindo para a Paz Mundial.


Isso porque a guerra na aplicação da Ciência dos Valores é a incapacidade de tratar os 3 níveis de valor definidos por Hartman na sua hierarquia adequada.


Vamos lá! A vida acontece em 3 níveis de valor: sistêmico, extrínseco, intrínseco.


No nível Sistêmico estão as leis, as regras, as ciências naturais. Há uma lógica que rege o funcionamento delas.


Neste nível, a definição do que é bom é meramente funcional. Cumpre o seu papel ou não? Daí, pode-se dizer que no nível sistêmico o julgamento é amoral; não se pode fazer um juízo de bom ou mau.


Explico.


Um objeto para boiar na água precisa ter uma densidade menor do que da água. Se for maior, afunda.


Portanto, não posso afirmar que o fato de uma pedra afundar na água e uma prancha de surfe boiar é bom ou mau.


Uma pedra que não afunda na água não é uma pedra. Uma prancha de surfe que não bóia na água não é uma prancha de surfe. É ou não é!


No nível extrínseco, a definição do que é bom é relativa.


Ainda usando o exemplo da natureza, podemos comparar 3 árvores frutíferas que contenham todos os elementos que as definem como árvores: raiz, tronco, galhos, folhas, frutos e compará-las, atribuindo valor.


Imagine que você tenha uma mangueira, uma bananeira e uma jabuticabeira no seu quintal.


Você pode dizer que a mangueira é sua árvore favorita porque além de frutos, lhe dá uma bela sombra no quintal. A mangueira só é superior às duas árvores mesmo tendo uma propriedade comum a todas elas, graças a uma avaliação relativa.


A definição do que é bom é subjetiva, depende de um ponto de vista.


No nível intrínseco, a definição do que é bom é particular, única.


E quando usamos o ser humano como exemplo, a noção de valor (o que é bom) pode ser apenas definida por ele mesmo.


Ninguém pode atribuir o valor de uma pessoa senão ela mesma. E como para algo ser bom, ele precisa ter todas as propriedades que lhe são características, o ser humano se realiza na medida que se entende e desenvolve como corpo, mente e espírito.


É nesse sentido que seu valor é único e infinito. Isso porque não há restrições para quem alguém pode ser, quando assumindo sua natureza completa: respiramos, pensamos, sonhamos.


Segundo Hartman, por uma hierarquia de valores, é no nível intrínseco que devemos concentrar nossa atenção para nossa realização enquanto seres humanos.


É na exploração de quem somos que mora nossa maior riqueza, a chave para uma vida cheia de sentido, de propósito, movida por uma missão única, pessoal e intransferível.


Para ser humano na sua integralidade, é preciso tomar consciência de quem somos.


Após essa breve explicação sobre Axiologia, vamos à vida real.


Todos tendemos a permanecer mais tempo no nível extrínseco, no mundo social, nos comparando uns com os outros para daí derivar o nosso valor.


Nossa felicidade é uma equação, cujas variáveis estão no controle dos outros. Só é assim porque escolhemos nos definir em termos relativos e não absolutos.


Extrinsicamente e não intrinsicamente, como explicado anteriormente.


Vejam o exemplo do que fizeram as redes sociais. Nosso valor passou a ser definido em função da quantidade de “likes”.


Infeliz da jovem formando sua identidade apenas a partir do que os outros pensam sobre ela.


O frenesi em relação ao Metaverso só tenderá a aprofundar essa atribuição de valor próprio pela opinião alheia. As pessoas estão se definindo no novo espaço de relacionamento pelo que têm e não pelo que são.


Isso já até tem sigla: NFT – non fungible tokens. Haja bitcoins disponíveis!


A título de exemplo, Neymar pagou R$ 6 milhões na aquisição de 2 NFTs da serie “Bored Ape Yatch Club”.




Isso lhe dá exclusividade para usar estas artes que passam a estar vinculadas apenas a ele.


Serão R$ 6 milhões o valor da identidade do Neymar no Metaverso?


E qual será o valor da sua identidade? Infinito.


Não será um NFT que a definirá, porque cada pessoa pode atribuir-se seu próprio valor.


Mas isso dá trabalho. E a primeira dica de como fazê-lo nos deu Sócrates há mais de 2 mil anos atrás.


Know thyself! Conhece-te a ti mesmo!


De tão conhecida que se tornou esta frase, talvez sua popularidade tenha roubado sua profundidade.


Conhecer-se a si mesmo envolve saber os seus gostos, interesses, seus talentos naturais, suas motivações, seu temperamento, mas também, seus defeitos, seus vícios (aqui me refiro a maus hábitos), seus medos.


É dessa forma que desenvolvemos nossa autoconsciência, a noção de valor próprio.


Porque só assim você terá condições de se aceitar e escolher em que se concentrar para maximizar o que tem de bom.


O crescimento qualitativo que é inerente a natureza do ser humano (somos também mente e espírito; pensamos, sonhamos) começa aqui.


Outro filósofo, Soren Kirkegaard, recomendou a continuidade desse processo de autodesenvolvimento com uma frase, menos popular do que a de Sócrates.


Choose thyself! Escolha-te a ti mesmo!


E não parou por aí, recomendando a ação seguinte.


Create thyself! Cria-te a ti mesmo!


Somos nossos próprios artesãos. Se o valor que temos enquanto pessoa humana é infinito, o “Céu é o limite”. Aqui Cristãos e Católicos me compreendem no sentido literal e figurativo.


O que podemos realizar é função da disposição que temos para colocar quem somos em ação e transcender nosso próprio valor, isto é, gerar um bem que vá muito além das nossas próprias necessidades.


E é justamente esse o quarto passo no processo de autodesenvolvimento.


Give thyself! Doa-te às outras pessoas.


Ele é uma consequência natural do autoconhecimento, da auto escolha, da auto criação.


Soren Kirkegaard define o ser humano como um ser racional que busca a própria autorrealização.


Ela acontece no serviço, na doação de quem você é para as outras pessoas.


Transcendemos, isto é, realizamos nossa natureza espiritual, quando o valor que produzimos não está restrito a nós mesmos. É para usufruto coletivo. Chame isso de missão.


Qual será a aplicação prática de Axiologia na sua vida? Proponho quatro perguntas para reflexão e ação.


Pergunta #1: A que vim a este mundo?


Aqui o exercício não é de imaginação. Simon Sinek explica isso bem no livro “Comece pelo porquê”. Vá na sua história pessoal, na sua linha do tempo, e busque no desdobramento dos eventos qual é o fio condutor que lhe trouxe até os dias de hoje.


Na recordação dos eventos mais significativos (positivos), o que você estava fazendo? Qual era a sua motivação? Como você estava usando os seus talentos?


Nessa autorreflexão você pode descobrir aquilo que tem mais significado para te colocar em ação.


Pergunta #2: Por que trabalho para esta empresa? (ou Por que realizo este tipo de trabalho?)


A resposta típica para esta pergunta seria: para ganhar dinheiro.


Só que somos muito mais do que homo economicus. Trabalhamos não apenas para subsistência, muito menos apenas para satisfação de prazeres materiais.


Trabalhamos para autorrealização porque o trabalho é também uma manifestação de quem somos.


Portanto, saber o porquê de você se colocar em ação para uma determinada empresa ou para determinado cliente é a chave para conhecer o sentido do seu trabalho, o significado por detrás dele.


É o propósito da empresa que espelha o seu propósito? É o benefício gerado na vida do cliente que te move a realizar o trabalho?


Pergunta #3: O que esta empresa (este cliente) pode fazer para ajudar a dar significado a minha vida neste mundo?


Quanto mais clara for a resposta para esta pergunta, mais dedicado você estará ao seu trabalho. Ou para usar um termo mais corporativo, mais engajado você estará no seu trabalho.


A saída expressiva de profissionais das empresas nos EUA (movimento que ganhou o termo “Great Resignation”) tem uma das suas principais motivações na resposta a esta pergunta.


As crises são oportunidades únicas para nos conectarmos com o nosso interior. Dois anos de pandemia fizeram muitas pessoas se conectarem com seu valor intrínseco, “por quê trabalho” muito mais do que “para quem trabalho” ou “para quê trabalho”.


Pergunta #4: Como posso ajudar esta empresa (ou este cliente) a dar significado a minha vida neste mundo?


Esta reflexão é a aplicação do 4º passo do processo de autodesenvolvimento: doa-te às outras pessoas (“give thyself”).


Aqui não estou dizendo para se trabalhar de graça. Isso é simplesmente alinhar o seu propósito àquele da empresa, colocar todos os seus talentos a serviço do seu cliente.


Você receberá por isso? Sim. Em dobro!


Em remuneração e em satisfação por fazer aquilo que dá sentido, significado a sua vida. Se a primeira tem valor de mercado, a segunda não tem preço.


A minha resposta às quatro perguntas que propus é a redação do meu propósito.


“Eu quero ajudar as pessoas a entenderem o seu caminho e trazerem o seu melhor à tona”.


Para o autoconhecimento, há ferramentas de assessment disponíveis no mercado. Respondendo um questionário online, você pode conhecer:


- seu estilo comportamental, o que você faz naturalmente e aquilo que lhe exige mais esforço fazer;

- seus motivadores, as fontes de motivação que lhe colocam em ação;

- seu nível de inteligência emocional, as habilidades de reconhecer e gerenciar as suas emoções e das outras pessoas, além da capacidade de se auto motivar;

- seu nível de clareza sobre si mesmo e sobre o mundo ao redor, ferramenta de assessment construída a partir do conceito de Axiologia.


Um profissional certificado nestas ferramentas de assessment pode lhe ajudar a extrair o máximo de riqueza deste conteúdo para potencializar seu autoconhecimento.


Dê o 1º passo no seu processo de autodesenvolvimento. Invista em uma ferramenta de assessment: Conheça-te a ti mesmo!


Os passos seguintes acontecerão naturalmente.


Entre em contato com Eduardo Martins Crescimento e Carreira para acelerar o seu desenvolvimento.


Conhecer. Ser. Crescer. Conhecer-se para crescer. É tempo de crescer!

 
 
 

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